Improvisação ensinada aos comuns

Não precisa ser gênio para improvisar, mas treinar bastante
o ouvido e ter vontade de tocar
fonte: Carolina Spillari, do Estadão.com.br




Foi em um espaço subterrâneo do piso -1 do Centro Cultural São Paulo que o escocês Raymond MacDonald, fundador da Glasgow Improvisers Orchestra, deu uma oficina de livre improviso no domingo (14), a convite do Coletivo paulista Abaetetuba dentro do Festival Internacional do Improviso.

Em duas noites e shows, sete músicos com diferentes instrumentos dividiram o mesmo palco usando o improviso musical. mais ->

1º Festival Internacional Abaetetuba de Improvisação Livre

O Centro Cultural São Paulo, em continuidade à série dedicada à música improvisada, apresenta em novembro o primeiro Festival Abaetetuba de Improvisação Livre. Ao longo do ano, o Centro Cultural ofereceu ao público paulistano a oportunidade de travar conhecimento com a música improvisada de diferentes instrumentistas e formações instrumentais (Veryan Weston, Marcio Mattos, Phil Minton, Mark Sanders, Hans Koch, Luo Chao Yun). Neste mês, o Festival amplia as iniciativas anteriores, e recebe ocontrabaixista John Edwards (Inglaterra), a cantora Saadet Türköz (Turquia), o saxofonista Raymond MacDonald (Escócia) e o clarinetista e saxofonista Ricardo Tejero (Espanha), que tocam em formações diversas com os músicos Antonio Panda Gianfratti (percussão), Thomas Rohrer (rabeca, sax) e Michelle Agnes (piano) do coletivo Abaetetuba. Além das apresentações, o festival conta com dois dias de workshops gratuitos, conforme o cronograma abaixo.


APRESENTAÇÕES:
Sábado 20h 13/11 -  Domingo 19h 14/11  
John Edwards - contrabaixo (Inglaterra)
Saadet Türköz - voz (Turquia)
Raymond MacDonald - saxofone (Escócia)
Ricardo Tejero - clarinete e saxofone (Espanha)
Michelle Agnes - piano (Brasil)
Thomas Rohrer - rabeca/saxofone (Suiça/Brasil)
Panda Gianfratti - percussão (Brasil)

Espaço Cênico Ademar Guerra. Centro Cultural São Paulo.
(Entrada franca)


WORKSHOPS
Sábado 13/11
12h com Ricardo Tejero
15h com Saadet Türköz

Domingo 14/11
12h com Raymond MacDonald
15h com John Edwards

Espaço Cênico Ademar Guerra.
Centro Cultural São Paulo.
Entrada Franca (30 vagas por oficina)

Sobre a música improvisada

A improvisação livre é uma forma de fazer música baseada na composição espontânea e não está vinculada a nenhum estilo musical específico. Composta no momento em que é tocada, a música nasce livremente a partir da interação entre os músicos. Nesse ambiente em que os fluxos das idéias se seguem de maneira pouco previsível, todas as formações instrumentais são permitidas.

músicos FIIL 2010



John Edwards (contrabaixo – Escócia): Depois de iniciar seus estudos musicais no contrabaixo, por volta de 1987, John Edwards fundou o grupo The Pointy Birds, com o qual foi premiado pela música para as companhias de dança The Cholmondeleys e Featherstonehaughs. O grupo tocou em festivais na Escócia (Glasgow e Edinburgo), Alemanha (Moers e Leverkusen) e Dinamarca (Copenhagen). Há 20 anos, Edwards começou a fazer suas primeiras apresentações com grandes improvisadores residentes em Londres como Roger Turner, Lol Coxhill, Maggie Nicols e Phil Minton. Entre 1990 e 1995, integrou os grupos B-Shops For The Poor, The Honkies e GOD. Durante esse período também passou a tocar regularmente na cena londrina de improvisação livre, tocando com vários músicos, bem como em apresentações solo. Compôs ainda música para teatro com o duo de contrabaixo e violoncelo The Great Explorers, com o qual excursionou em festivais na Alemanha, Estônia, França, Itália e República Theca, entre outros países. É uma das figuras mais ativas da improvisação, realizando mais de 150 apresentações por ano. Toca regularmente com Evan Parker, Tony Bevan, Veryan Weston, Elton Dean e Mark Sanders.


Michelle Agnes (piano – Brasil): Compositora e pianista, seu trabalho de criação está voltado à pesquisa de técnicas expandidas junto ao piano na composição e na improvisação. Graduou-se em composição musical pela Unicamp, onde também desenvolveu pesquisa de mestrado sobre o som no primeiro filme sonoro de Dziga Vertov. Em 2003 foi premiada com uma bolsa da Unesco para residência no estúdio de música eletroacústica do IMEB, França. Tem realizado acompanhamento musical ao vivo para diversos filmes silenciosos de autores como Meliès, Clair, Lumière, Keaton, Chaplin, Vertov, Renoir, Buñuel, Christensen, L'Herbier e Ivens, entre outros. Em 2006 recebeu o prêmio de melhor música na 33ª Jornada de Cinema da Bahia. É doutora pela USP, onde desenvolveu pesquisa sobre o estilo tardio de Luigi Nono.
www.myspace.com/michelleagnes

Panda Gianfratti (percussão – Brasil): Dedica-se à música improvisada desde 1999, sendo o fundador do grupo Abaetetuba de improvisação livre. Seu trabalho se caracteriza pela pesquisa e transição de timbres, construção e transformação de instrumentos no universo da percussão.
Formou  o Duo TOPA com Thomas Rohrer. Um Trio com Hans Koch e Thomas Rohrer, sendo que  o "AICÓ "  1º. CD  esta sendo lançado pela gravadora Creative Sourced Recording - Lisboa/Portugal.

Participou de diversos espetáculos de âmbito internacional em vários países do mundo entre os quais destacam-se as performances no Laban Centre Dance Contemporary em Londres em parceria com Hagit Yagira, no XIII Festival Hurta Cordel de Improvisação Livre de Madrid, com Abaetetuba e também como musico convidado pela Orquestra FOCO de Improvisação Espanhola e que teve como regente William Parker, no Bimhuis em Amsterdam , no Mopomoso at Vortex em Londres. Tem trabalhado também com projetos multimidia como o Mallarmidia (video,poesia, musica e performance), com cinema musicalizando filmes mudos com Michelle Agnes(CPFL, PROMON), Live Cine com Rachel Rosalen, Literatura projeto Poetas Malditos na Casa das Rosas/Poiesis, Artist Link Projeto do Britsh Council 15 dias em Londres. Projetos de Oficinas: Orquestra de Garrafas ( edital publico em 2009 no CCSP ) agôsto e setembro de 2009.  Oficinas de Regência de Improvisação Livre em 03 estados: Orquestra da Bomba do Hemetério de Frevo-Recife, Universidade Federal da Paraiba-João Pessoa, Sesc de Crato em Crato com musicos regionais e da APAE local e Fundação Casa Grande Nova Olinda.

Se apresentou com improvisadores importantes tais como: Veryan Weston, Phill Minton, Marcio Mattos,Hans Koch, Han Bennink,John Edwards, Mark Sanders, Trevor Wats,Peter Jaquemyn, Ab Baars, Wilbert de Joode, Michael Moore, e todos os integrantes do Projeto Abaetetuba ( brazilian improvisers ) : Yedo Gibson, Rodrigo Montoya, Renato Ferreira, Thomas Rohrer, Michelle Agnes, Marcio Mattos.

Raymond MacDonald (saxofone – Escócia): Saxofonista e compositor, Raymond MacDonald integra o The George Burt-Raymond MacDonald Quintet e é mebro fundador da Glasgow Improvisers Orchestra (Escócia). Sua música explora as fronteiras e ambiguidades entre o que é convencionalmente encarado como improvisação e composição. Participou da gravação de mais de 30 CDs, lançados na Europa, Japão, Austrália e América do Norte. Produz também música para filmes, televisão e teatro, além de integrar projetos de artistas visuais, escritores, dançarinos e poetas. Mac Donald já trabalhou com figuras importantes da música de vanguarda, tais como Marilyn Crispell, Fred Frith, Evan Parker, Barry Guy, Günter ‘Baby’ Sommer, David Byrne, Damo Suzuki, George Lewis e Nurse with Wound.

Ricardo Tejero (clarinete – Espanha): Nascido em Madri, reside atualmente em Londres, onde mantém intensa atividade como instrumentista, regente e educador. Estudou em Londres e Leeds (Inglaterra) com músicos como Richard Barret, Peter Wiegold, Phil Chapman e Didrik Ingvaldsen. Tem trabalhado em diferentes países com músicos e projetos tais como Roland Ramanan Tentet, Marcio Mattos, Javier Carmona, Dave Tucker, Mark Sanders, Tony Marsh, WARY, Dominic Lash, Dave Kane, Steve Nobel, Pat Thomas, Veryan Weston e Adrian Northover, além de atuar também como instrumentista e regente com a LIO (London Improvisers Orchestra), al lado de alguns dos pioneiros da improvisação livre européia, entre eles, Lol Coxhil, Evan Parker e Phil Wachsmann. É integrante também dos grupos FOCO (Orquestra de Improvisadores de España), RIO (Royal Improvisers Orchestra, da Holanda) e BERIO (Berlin Improvisers Orchestra).

Saadet Tuerkoez (voz – Turquia): Cantora, improvisadora e poeta, Saadet Türköz nasceu em Istambul, filha de refugiados do Cazaquistão, e vive há muitos anos em Zurique, na Suíça. Sua música é marcada pela influência da tradição oral das montanhas da Ásia Central, reunindo elementos da cultura cazaque e turca, que tiveram forte presença em sua infância, bem como técnicas modernas para a voz, constituindo um estilo único. Aos 20 anos mudou-se para a Suíça, onde teve contato com o free jazz, a improvisação e outras formas de música experimental, sem abandonar as tradições musicais de suas origens. Além de realizar apresentações solo, Saadet apresenta-se regularmente em duos, trios e grandes formações, ao lado de improvisadores como Martin Schuetz, Elliot Sharp, Urs Leimgruber, Thomas Rohrer, the Koch-Schuetz-Studer Trio e Fred Frith, entre muitos outros. Tem trabalhado em diferentes países e participado de projetos que incluem a interação com outros meios como teatro, filme, vídeo e dança. http://www.saadet.ch/

Thomas Rohrer: Suíço radicado no Brasil desde 1995, iniciou seus estudos musicais como violinista e estudou saxofone na faculdade de jazz de Lucerna. Seu trabalho com a rabeca e o saxofone transita entre a improvisação livre e a música regional brasileira. Apresenta-se com o coletivo de improvisação Abaetetuba e faz parte do grupo “A Barca”. Integra um duo com a cantora Saadet Türköz do Cazaquistão, participa de um trio com o claronista suíço Hans Koch e Panda Gianfratti, alem de um quarteto com Rob Mazurek, Mauricio Takara e Miguel Barella. Excursionou em turnê diversas vezes pelo Brasil, Estados Unidos e pela Europa. Participou do programa Artist Links (British Council) como residente em Londres onde integrou a London Improvisers Orchestra, além de se apresentar com varios improvisadores locais. Realiza tambem trabalhos de interação musical com cinema, teatro, dança, performance e instalação. www.myspace.com/thomasrohrer

Informações práticas

Endereço e acesso:
Centro Cultural São Paulo
Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso São Paulo SP 01504-000 – Metrô Vergueiro

Todas as atividades são gratuitas! Vagas limitadas!

As oficinas são abertas ao público (unido de instrumentos musicais ou não)
que deverá chegar com antecedência de uma hora.

http://www.centrocultural.sp.gov.br/ccsp_comochegar.asp